Quem Disse que as Crianças não Gostam de Ler?

   

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     Imagem: “Ler é Crescer”

      No presente ano letivo apercebi-me que era fundamental desenvolver a leitura de um dos meus filhos que dizia que não gostava de ler. Decidi implementar uma rotina e uma regra associada: “Após o jantar podem ler . Não há TV, ipad, etc, quando há escola.”

     Inicialmente esta regra foi recebida pelos meus filhos com um “oh mãe!”. Para os motivar comecei por ler alternadamente com cada um. No início liamos alternadamente uma frase, em seguida um parágrafo e por último uma página. Quem começava a leitura e o que lia cada um eram decisões que tomavam todos os dias.

     E assim, passado um mês, o momento da leitura tornou-se uma rotina na nossa casa. Hoje em dia, quando lhes dizemos para ir para a cama vem a pergunta “ -Podemos ler ?” ou “-Lês comigo?”;  antes de dormir já têm a iniciativa de ir buscar um livro e, quando os avisamos que não há tempo para ler, vem o “Oh! Não podemos ler!”

     Penso que esta mudança na nossa rotina familiar foi muito benéfica para todos. Se o objetivo inicial era melhorar a leitura, o resultado superou as nossas expetativas. Para além de a leitura se ter tornado mais fluente, terem aprendido vocabulário desconhecido, criou-se neles o gosto pela leitura e permitiu-nos ter conversas importantes sobre comportamentos e problemas vividos pelas personagens.

     A leitura partilhada com os nossos filhos permitiu-nos ter um momento especial no final de cada dia com eles, muitas vezes difícil de ter na azáfama da vida e porque as prioridades de todos são outras.

    Se este testemunho tivesse um título seria : “Quem disse que as crianças não gostam de ler?”

 Rita Delgado da Rocha

Mãe do CAD

Carta Aberta aos Pais

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  • Imagem: Biblioteca CAD
  • Estamos à sua espera s’tora!
  • O que é que nos vai contar hoje?
  • Porque é que não temos o «Ler é crescer» mais vezes?
  • Eu adorei o livro da semana passada!
  • Eu não gosto de ler, mas adoro os livros que a s’tora nos trás!
  • Sabe o que é que eu descobri na estante lá de casa?

     Estes são alguns dos mimos que oiço com frequência a propósito do projeto «Ler é crescer» que este ano iniciámos com o 2.º ciclo.

     Ainda agora começámos, mas já é possível perceber as repercussões deste projeto nos nossos alunos e a sua enorme vontade de descobrir “o livro certo”, “aquele” que não nos deixa sossegar enquanto não o lemos, “aquele” que queremos partilhar com todos os nossos amigos.

     Afinal só gostamos daquilo que conhecemos e há tanto para lhes mostrar!

     Este é um desafio imenso, para o qual gostaríamos de poder contar com a vossa colaboração:

     – Perguntem aos vossos filhos qual é o livro da semana / mês.

     – Visitem com eles o nosso Blogue: https://lerecrescer.edublogs.org

     – Mostrem-lhes os livros que vos marcaram.

     – Leiam para eles e ao pé deles.

     – Ofereçam-lhes um livro.

     – Colaborem na construção da nossa árvore de Natal dos livros.

    – Apresentem-nos sugestões!

Biblioteca CAD

Prof. Lígia

Ler Para Os Filhos Mais Velhos

 Parole perdute
Creative Commons License Photo Credit: Valentina_A via Compfight 

      Diversos estudos têm vindo a mostrar a importância da influência dos Pais nos hábitos de leitura dos seus Filhos. Depois de aprenderem a ler, os Filhos são, muitas vezes, “entregues a si próprios” enquanto leitores: com um livro na mão, antes de adormecer, confiados à aventura da leitura silenciosa.

     Contudo, e sem detrimento dessa experiência insubstituível, pensa-se que os pais devem continuar a reservar pequenos espaços privilegiados para ler em voz alta aos seus filhos.

     Com efeito, a “idade de ouvinte” não coincide, cronologicamente, com a “idade de leitor”, isto é, uma criança de dez anos lerá confortavelmente livros com um grau de dificuldade adequado à sua idade, mas já será capaz de ouvir ler em voz alta livros apropriados para 12 anos, com proveito e prazer.

     O Autor do best-seller “The Read-Aloud Hand Book” – “O Manual da Leitura em Voz Alta” – para além de explicar em detalhe os benefícios do prolongamento desta prática para além da primeira infância, oferece também uma extensa lista de sugestões de leitura em voz alta –  para crianças dos 8 aos 10 anos e para pré-adolescentes até aos 12 anos – algumas das quais correspondem a livros já publicados em Português.

     Entre os variados benefícios resultantes de continuarmos a ler em voz alta para os nossos filhos pré-adolescentes,  destacam-se os quatro seguintes:

  • O indelével laço de cumplicidade afetiva que nasce da partilha de um mundo imaginário reforça-se, “aparelhando” assim a relação humana para a travessia da adolescência.
  • O facto de se poderem abordar assuntos mais sensíveis ou mais profundos pela mediação de uma narrativa, permite equacionar as questões com distância mais objetiva e abre espaços de diálogo a aprofundar em momentos ulteriores.
  • O convívio com uma ampla variedade de vocabulário invulgar no quotidiano, bem como a iniciação a um uso mais  reflexivo da linguagem, induzido  pela próprio “meio vital” da expressão escrita abre um horizonte mais vasto de sentido.
  • Finalmente, a sensibilização a valores estéticos e éticos que as narrativas de qualidade não deixam de transmitir.

     Gostaríamos de partilhar, neste espaço, experiências dos nossos Encarregados de Educação sobre a leitura em voz alta com os seus filhos. Aqui fica o nosso convite.

    

Biblioteca do CAD